28 de jul. de 2008

Colhe o dia, porque és ele

Uns, com os olhos postos no passado
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos.
Colhe o dia, porque és ele.
Ricardo Reis

3 de jul. de 2008

rooms of her own


Comigo me desavim,

Sou posto em todo perigo;

Não posso viver comigo,

Nem posso fugir de mim.
o prazer de usar a linguagem é um dos prazeres humanos maiores.