28 de jul. de 2008

Colhe o dia, porque és ele

Uns, com os olhos postos no passado
Vêem o que não vêem: outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, vêem
O que não pode ver-se.
Por que tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.
Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos.
Colhe o dia, porque és ele.
Ricardo Reis

2 comentários:

  1. Esse texto me faz lembrar uma passagem d Mario Quintana:
    Para sempre é muito tempo. O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo... (Mário Quintana)
    ;*

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  2. Uma risada...
    Isso é eterno!
    Não importa quantas vezes a Terra dê cambalhotas, ou quantas vezes brinque de pular carniça com o Sol.
    Uma risada tua..um sorriso teu. Tu sabe que isso guardarei pra sempre :)
    Um beijo do Bobo.

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o prazer de usar a linguagem é um dos prazeres humanos maiores.